Visões da Aldeia Global pt3: Gibson – Comunicação Global Sim, Mas Com Ruído
Alienação é uma das palavras-chave para se compreender o universo supertecnológico criado por William Gibson em suas histórias. Desde contos como Johnny Mnemonic (1981), em que o personagem-título é na verdade um misto de yuppie com ciborgue, mais preocupado em apresentar um bom desempenho nos negócios (no seu caso, transferência de dados através de um disco rígido implantado em seu cérebro) do que com as conseqüências morais ou mesmo puramente físicas de seus atos, até a recente “Bridge Trilogy” (composta pelos romances Virtual Light, Idoru e All Tomorrow’s Parties), Gibson descreve uma realidade que é a epítome do pós-moderno, dentro da qual se movimenta como ninguém: o universo cyberpunk. Embora fruto de um movimento, criado no começo da década 1980 com outros autores*, a visão de mundo cyberpunk foi melhor definida por Gibson em Neuromancer: o melhor e o pior dos mundos possíveis; o charme das tecnologias do mais alto nível convivendo numa nem sempre agradável simbiose com a sujeir...