O Poder do Mito de Joseph Campbell
Joseph Campbe
ll, no livro O poder do Mito, explica que Mitos não são algo pra dar sentido a uma vida vazia, mas sim pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, aquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. Pra isso é preciso captar a mensagem dos símbolos. Leia mitos de outros povos, não os da sua própria religião, porque aí você começará a interpretar sua própria religião não mais em termos de fatos – mas de mensagem. O mito o ajuda a colocar sua mente em contato com essa experiência de estar vivo. Ele lhe diz, através de símbolos, o que a experiência É.
O casamento, por exemplo. É a reunião da díade separada. Originariamente, vocês eram um. Agora são dois, no mundo, mas o casamento é o reconhecimento da identidade espiritual. É diferente de um caso de amor, não tem nada a ver com isso. É outro plano mitológico de experiência. Quando pessoas se casam porque pensam que se trata de um caso amoroso duradouro, divorciam-se logo, porque todos os casos de amor terminam em decepção. Mas o matrimônio é o reconhecimento de uma identidade espiritual. Se levamos uma vida adequada, se a nossa mente manifesta as qualidades certas em relação à pessoa do sexo oposto, encontramos nossa contraparte masculina ou feminina adequada. Desposando a pessoa certa, reconstruímos a imagem do Deus encarnado, e isso é que é a mitologia do casamento. O ritual, que antes representava uma realidade profunda, hoje virou mera formalidade. E isso é verdade nos rituais coletivos assim como nos rituais pessoais, relativos a casamento e religião. Quantas pessoas, antes do casamento, recebem um adequado preparo espiritual sobre o que o casamento significa? Você pode ficar parado diante do juiz e se casar, em dez minutos. A cerimônia de casamento na Índia dura três dias. O par fica grudado! Isso é primordialmente um exercício espiritual, e a sociedade deveria nos ajudar a tomar consciência disso.
O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento, pois a sociedade não nos fornece rituais pelos quais nos tornamos membros da comunidade. Por isso que as religiões conservadoras, hoje, estão apelando para a religião dos velhos tempos, numa tentativa de parar este trem desgovernado, e vemos bizarrices, como a volta na crença do Criacionismo com uma interpretação ipsi literis da Bíblia. Isso é um erro terrível, pois estamos voltando a algo atrofiado, algo que não serve mais ao desenvolvimento da vida. Os mitos oferecem esses modelos de vida, mas eles têm de ser adaptados ao tempo q
ue estamos vivendo. Acontece que o nosso tempo mudou tão depressa que, o que era aceitável há cinqüenta anos não o é mais, hoje. As virtudes do passado são os vícios de hoje. E muito do que se julgava serem os vícios do passado são as necessidades de hoje. A ordem moral tem de se harmonizar com as necessidades morais da vida real, no tempo, aqui e agora. A religião dos velhos tempos pertence a outra era, outras pessoas, outro sistema de valores humanos, outro universo. Voltando atrás, você abre mão de sua sincronia com a história. Nossos jovens perdem a fé nas religiões que lhes foram ensinadas, e vão para dentro de si, quase sempre com a ajuda de drogas (uma experiência mística mecanicamente induzida). Existe uma grande diferença entre a experiência mística e o colapso psicológico: Aquele que entra em colapso imerge sem estar preparado nas águas onde o místico nada.
As máquinas já fazem parte da nossa mitologia, dos nossos sonhos. O vôo da aeronave, por exemplo, atua na imaginação como libertação da terra. É a mesma coisa que os pássaros simbolizam, de certo modo, assim como a serpente simboliza o aprisionamento à terra. Pessoas usando armas, hoje em dia, atuam no inconsciente da mesma forma que a "Dona Morte" com sua foice atuava no passado. Diferentes instrumentos assumem o papel para o qual os instrumentos antigos já não se prestam.
O computador proporciona uma revelação sobre a mitologia: Você compra um determinado programa e ali está todo um conjunto de sinais que conduzem à realização do seu objetivo. Se você começa tateando com sinais que pertencem a outro sistema de programas, a coisa simplesmente não funciona. É o que acontece na mitologia: ao se defrontar com uma mitologia em que a metáfora para o mistério é o pai, você terá um conjunto de sinais diferentes do que teria se a metáfora para a sabedoria e o mistério do mundo fosse a mãe. E ambas são metáforas perfeitamente adequadas. Nenhuma delas é um fato. São metáforas. É como se o universo fosse meu pai, ou como se o universo fosse minha mãe. Jesus diz: "Ninguém chega ao Pai senão através de mim". O pai de que ele falava é o pai bíblico. Pode ser que você somente chegue ao pai através de Jesus. Por outro lado, suponha que você escolhesse o caminho da mãe. É simplesmente outro caminho para chegar ao mistério de sua vida. É preciso entender que cada religião é uma espécie de programa com seu conjunto próprio de sinais, que funcionam. Se uma pessoa está realmente empenhada numa religião e realmente construindo sua vida com base nisso, é melhor ficar com o programa que tem. A chave para encontrar a sua própria mitologia é saber a que sociedade você se filia.
Toda mitologia cresceu numa certa sociedade, num campo delimitado. Mas elas precisam evoluir de acordo com as circunstâncias da época. No início, Deus era apenas o mais poderoso entre vários deuses. Era apenas um deus tribal, circunscrito. Então, no século VI, quando os judeus estavam na Babilônia, foi introduzida a noção de um Salvador do mundo, e a divindade bíblica migrou para uma nova dimensão. Quando a noção de mundo se altera, a religião tem que se transformar. Mas o que vemos são as três grandes religiões do Ocidente, judaísmo, cristianismo e islamismo, com três têm nomes diferentes para o mesmo deus bíblico, e incapazes de conviver. Cada uma está fixada na própria metáfora e não se dá conta da sua referencialidade. Nenhuma permite que se abra o círculo ao seu redor. São círculos fechados. Cada grupo diz: "Somos os escolhidos, Deus está conosco".
A irmandade, hoje, em quase todos os mitos, está confinada a uma comunidade restrita. Nessas comunidades a agressividade é projetada para fora. Por exemplo, os Dez Mandamentos dizem: "Não matarás". Aí o capítulo seguinte diz: "Vai a Canaã e mata a todos os que encontrar". É um campo cercado. Os mitos de participação e amor dizem respeito apenas aos do grupo, os de fora são totalmente outros. Esse é o sentido da palavra "gentio" (a pessoa que não é da mesma espécie). E, a menos que você adote minha indumentária, não seremos parentes.
Veja a Irlanda. Um grupo de protestantes foi removido para lá no século XVII, por Cromwell, e nunca se abriu para a maioria católica que ali encontrou. Católicos e protestantes representam dois sistemas sociais totalmente distintos, dois ideais diferentes, cada qual necessitando de seu próprio mito, durante toda a trajetória. Ama teu inimigo. Abre-te. Não julgues. Todas as coisas têm a natureza do Buda. Está ali, no mito. Já está tudo ali.
Existe a história sobre um selvagem nativo, que uma vez disse a um missionário: "Seu deus se mantém fechado numa casa como se fosse velho e decrépito. O nosso está na floresta, nos campos, e nas montanhas quando vem a chuva". Não parece mais lógico? E ainda assim nos apegamos aos Templos, aos símbolos, aos livros sagrados, como se eles FOSSEM Divinos, e não só uma ponte para o Divino dentro de nós. O budismo coloca isso com clareza:
Entenda que as palavras de Buda são como um barco para cruzar o rio: Uma vez que o propósito tenha sido atingido, devem ser deixadas para trás, se quiser continuar a viagem.
Céu e inferno estão dentro de nós, e todos os deuses estão dentro de nós. Este é o grande esforço conscientizador dos Upanixades, na Índia, nove séculos antes de Jesus. Todos os deuses, todos os céus, todos os mundos estão dentro de nós. São sonhos amplificados, e sonhos são manifestações, em forma de imagem, das energias do corpo, em conflito umas com as outras. Este órgão quer isto, aquele quer aquilo. O cérebro é um dos órgãos. Quando sonhamos, pescamos numa espécie de vasto oceano de mitologia que é muito profundo. Você pode ter tudo isso misturado com complexos, coisas desse tipo, mas na verdade, como afirma o dito polinésio, você está "em pé numa baleia, pescando carpas miúdas". A baleia é a base do nosso ser, e, quando simplesmente nos voltamos para fora, vemos todos esses pequenos problemas, aqui e ali. Mas, quando olhamos para dentro, vemos que somos a fonte deles todos.
Por que os Mitos nos tocam, mesmo sabendo que são histórias inventadas? Porque SENTIMOS que elas, no íntimo, são Verdadeiras. Teria isso relação com os Arquétipos e o Inconsciente?
Nós temos o mesmo corpo, com os mesmos órgãos e energias que o homem de Cro Magnon tinha, trinta mil anos atrás. Viver uma vida humana na cidade de Nova Iorque ou nas cavernas é passar pelos mesmos estágios da infância à maturidade sexual, pela transformação da dependência da infância em responsabilidade, própria do homem ou da mulher, o casamento, depois a decadência física, a perda gradual das capacidades e a morte. Você tem o mesmo corpo, as mesmas experiências corporais, e por isso reage às mesmas imagens.
Por exemplo, uma imagem constante é a do conflito entre a águia e a serpente. A serpente ligada à terra, a águia em vôo espiritual – esse conflito não é algo que todos experimentamos? E então, quando as duas se fundem, temos um esplêndido dragão, a serpente com asas. Em qualquer parte da terra, as pessoas reconhecem essas imagens. Quer eu esteja lendo sobre mitos polinésios, iroqueses ou egípcios, as imagens são as mesmas e falam dos mesmos problemas. Apenas assumem roupagens diferentes quando aparecem em épocas diferentes, como se a mesma velha peça fosse levada de um lugar a outro, e em cada lugar os atores locais vestissem roupas locais. Surge aí a explicação para o Mito de Cristo. Ele é verdadeiro? Não tem nada mais verdadeiro. É inventado? Muito provavelmente. A confusão só se estabelece pra aquele que está preso ao materialismo, ao tempo, ao espaço. Coisas que, sabemos, só existem para nossos corpos, e não para nossa mente.

O casamento, por exemplo. É a reunião da díade separada. Originariamente, vocês eram um. Agora são dois, no mundo, mas o casamento é o reconhecimento da identidade espiritual. É diferente de um caso de amor, não tem nada a ver com isso. É outro plano mitológico de experiência. Quando pessoas se casam porque pensam que se trata de um caso amoroso duradouro, divorciam-se logo, porque todos os casos de amor terminam em decepção. Mas o matrimônio é o reconhecimento de uma identidade espiritual. Se levamos uma vida adequada, se a nossa mente manifesta as qualidades certas em relação à pessoa do sexo oposto, encontramos nossa contraparte masculina ou feminina adequada. Desposando a pessoa certa, reconstruímos a imagem do Deus encarnado, e isso é que é a mitologia do casamento. O ritual, que antes representava uma realidade profunda, hoje virou mera formalidade. E isso é verdade nos rituais coletivos assim como nos rituais pessoais, relativos a casamento e religião. Quantas pessoas, antes do casamento, recebem um adequado preparo espiritual sobre o que o casamento significa? Você pode ficar parado diante do juiz e se casar, em dez minutos. A cerimônia de casamento na Índia dura três dias. O par fica grudado! Isso é primordialmente um exercício espiritual, e a sociedade deveria nos ajudar a tomar consciência disso.
O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento, pois a sociedade não nos fornece rituais pelos quais nos tornamos membros da comunidade. Por isso que as religiões conservadoras, hoje, estão apelando para a religião dos velhos tempos, numa tentativa de parar este trem desgovernado, e vemos bizarrices, como a volta na crença do Criacionismo com uma interpretação ipsi literis da Bíblia. Isso é um erro terrível, pois estamos voltando a algo atrofiado, algo que não serve mais ao desenvolvimento da vida. Os mitos oferecem esses modelos de vida, mas eles têm de ser adaptados ao tempo q

As máquinas já fazem parte da nossa mitologia, dos nossos sonhos. O vôo da aeronave, por exemplo, atua na imaginação como libertação da terra. É a mesma coisa que os pássaros simbolizam, de certo modo, assim como a serpente simboliza o aprisionamento à terra. Pessoas usando armas, hoje em dia, atuam no inconsciente da mesma forma que a "Dona Morte" com sua foice atuava no passado. Diferentes instrumentos assumem o papel para o qual os instrumentos antigos já não se prestam.
O computador proporciona uma revelação sobre a mitologia: Você compra um determinado programa e ali está todo um conjunto de sinais que conduzem à realização do seu objetivo. Se você começa tateando com sinais que pertencem a outro sistema de programas, a coisa simplesmente não funciona. É o que acontece na mitologia: ao se defrontar com uma mitologia em que a metáfora para o mistério é o pai, você terá um conjunto de sinais diferentes do que teria se a metáfora para a sabedoria e o mistério do mundo fosse a mãe. E ambas são metáforas perfeitamente adequadas. Nenhuma delas é um fato. São metáforas. É como se o universo fosse meu pai, ou como se o universo fosse minha mãe. Jesus diz: "Ninguém chega ao Pai senão através de mim". O pai de que ele falava é o pai bíblico. Pode ser que você somente chegue ao pai através de Jesus. Por outro lado, suponha que você escolhesse o caminho da mãe. É simplesmente outro caminho para chegar ao mistério de sua vida. É preciso entender que cada religião é uma espécie de programa com seu conjunto próprio de sinais, que funcionam. Se uma pessoa está realmente empenhada numa religião e realmente construindo sua vida com base nisso, é melhor ficar com o programa que tem. A chave para encontrar a sua própria mitologia é saber a que sociedade você se filia.
Toda mitologia cresceu numa certa sociedade, num campo delimitado. Mas elas precisam evoluir de acordo com as circunstâncias da época. No início, Deus era apenas o mais poderoso entre vários deuses. Era apenas um deus tribal, circunscrito. Então, no século VI, quando os judeus estavam na Babilônia, foi introduzida a noção de um Salvador do mundo, e a divindade bíblica migrou para uma nova dimensão. Quando a noção de mundo se altera, a religião tem que se transformar. Mas o que vemos são as três grandes religiões do Ocidente, judaísmo, cristianismo e islamismo, com três têm nomes diferentes para o mesmo deus bíblico, e incapazes de conviver. Cada uma está fixada na própria metáfora e não se dá conta da sua referencialidade. Nenhuma permite que se abra o círculo ao seu redor. São círculos fechados. Cada grupo diz: "Somos os escolhidos, Deus está conosco".
A irmandade, hoje, em quase todos os mitos, está confinada a uma comunidade restrita. Nessas comunidades a agressividade é projetada para fora. Por exemplo, os Dez Mandamentos dizem: "Não matarás". Aí o capítulo seguinte diz: "Vai a Canaã e mata a todos os que encontrar". É um campo cercado. Os mitos de participação e amor dizem respeito apenas aos do grupo, os de fora são totalmente outros. Esse é o sentido da palavra "gentio" (a pessoa que não é da mesma espécie). E, a menos que você adote minha indumentária, não seremos parentes.
Veja a Irlanda. Um grupo de protestantes foi removido para lá no século XVII, por Cromwell, e nunca se abriu para a maioria católica que ali encontrou. Católicos e protestantes representam dois sistemas sociais totalmente distintos, dois ideais diferentes, cada qual necessitando de seu próprio mito, durante toda a trajetória. Ama teu inimigo. Abre-te. Não julgues. Todas as coisas têm a natureza do Buda. Está ali, no mito. Já está tudo ali.
Existe a história sobre um selvagem nativo, que uma vez disse a um missionário: "Seu deus se mantém fechado numa casa como se fosse velho e decrépito. O nosso está na floresta, nos campos, e nas montanhas quando vem a chuva". Não parece mais lógico? E ainda assim nos apegamos aos Templos, aos símbolos, aos livros sagrados, como se eles FOSSEM Divinos, e não só uma ponte para o Divino dentro de nós. O budismo coloca isso com clareza:

(Buda; Sutra do Diamante)
Uma coisa que se revela nos mitos é que, no fundo do abismo, desponta a voz da salvação. O momento crucial é aquele em que a verdadeira mensagem de transformação está prestes a surgir. No momento mais sombrio surge a luz. Este problema pode ser metaforicamente compreendido como a identificação com o Cristo, dentro de você. Esse Cristo em você sobrevive à morte e ressuscita. Ou você pode identificar isso com Shiva: "Eu sou Shiva" – essa é a grande meditação dos iogues, no Himalaia.Céu e inferno estão dentro de nós, e todos os deuses estão dentro de nós. Este é o grande esforço conscientizador dos Upanixades, na Índia, nove séculos antes de Jesus. Todos os deuses, todos os céus, todos os mundos estão dentro de nós. São sonhos amplificados, e sonhos são manifestações, em forma de imagem, das energias do corpo, em conflito umas com as outras. Este órgão quer isto, aquele quer aquilo. O cérebro é um dos órgãos. Quando sonhamos, pescamos numa espécie de vasto oceano de mitologia que é muito profundo. Você pode ter tudo isso misturado com complexos, coisas desse tipo, mas na verdade, como afirma o dito polinésio, você está "em pé numa baleia, pescando carpas miúdas". A baleia é a base do nosso ser, e, quando simplesmente nos voltamos para fora, vemos todos esses pequenos problemas, aqui e ali. Mas, quando olhamos para dentro, vemos que somos a fonte deles todos.
Por que os Mitos nos tocam, mesmo sabendo que são histórias inventadas? Porque SENTIMOS que elas, no íntimo, são Verdadeiras. Teria isso relação com os Arquétipos e o Inconsciente?
Nós temos o mesmo corpo, com os mesmos órgãos e energias que o homem de Cro Magnon tinha, trinta mil anos atrás. Viver uma vida humana na cidade de Nova Iorque ou nas cavernas é passar pelos mesmos estágios da infância à maturidade sexual, pela transformação da dependência da infância em responsabilidade, própria do homem ou da mulher, o casamento, depois a decadência física, a perda gradual das capacidades e a morte. Você tem o mesmo corpo, as mesmas experiências corporais, e por isso reage às mesmas imagens.
Por exemplo, uma imagem constante é a do conflito entre a águia e a serpente. A serpente ligada à terra, a águia em vôo espiritual – esse conflito não é algo que todos experimentamos? E então, quando as duas se fundem, temos um esplêndido dragão, a serpente com asas. Em qualquer parte da terra, as pessoas reconhecem essas imagens. Quer eu esteja lendo sobre mitos polinésios, iroqueses ou egípcios, as imagens são as mesmas e falam dos mesmos problemas. Apenas assumem roupagens diferentes quando aparecem em épocas diferentes, como se a mesma velha peça fosse levada de um lugar a outro, e em cada lugar os atores locais vestissem roupas locais. Surge aí a explicação para o Mito de Cristo. Ele é verdadeiro? Não tem nada mais verdadeiro. É inventado? Muito provavelmente. A confusão só se estabelece pra aquele que está preso ao materialismo, ao tempo, ao espaço. Coisas que, sabemos, só existem para nossos corpos, e não para nossa mente.
Texto extraído e adaptado do livro "O poder do Mito", de Joseph Campbell
Fonte: saindodamatrix.com.br
Fonte: saindodamatrix.com.br
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