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Mostrando postagens de abril, 2012

O Pistoleiro

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"— Agora me escute, Roland, filho de Steven. Vai me ouvir? — Vou. E então o homem de preto começou a falar. O universo (disse ele) é o Grande Todo e oferece um paradoxo grande demais para ser apreendido pela mente finita. Assim como o cérebro vivo não pode conceber um cérebro não-vivo — embora possa achar que pode —, a mente finita não pode apreender o infinito. O fato prosaico da existência do universo já desacredita, por si mesmo, o pragmático e o romântico. Houve uma época, cem gerações antes de o mundo seguir adiante, em que a humanidade atingira perícia científica e técnica suficiente para tirar algumas lascas do grande pilar de pedra da realidade. Mesmo assim, a falsa luz da ciência (o conhecimento, se você preferir) só brilhou em alguns países desenvolvidos. Nesse respeito, uma companhia (ou conluio mafioso) abria o caminho: a North Central Positronics, como ela se autodenominava. Contudo, apesar de um tremendo incremento de novos conhecimentos, as nova

Eu sei, mas não devia

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por Marina Colasanti Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser i

A vida é como topografia...

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‎ "A vida é como topografia, Haroldo. Há picos de felicidades e sucessos, pequenos campos da chata rotina e vales de frustrações e fracassos." — Calvin e Haroldo

O Som do Silêncio

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Olá escuridão, minha velha amiga Vim conversar com você de novo Porque uma visão um pouco arrepiante Deixou sementes enquanto eu dormia E a visão que foi plantada em meu cérebro Ainda permanece dentro do som do silêncio Em sonhos agitados eu caminho só Em ruas estreitas de paralelepípedos Sob a luz das lampadas da rua Levantei minha lapela para me proteger do frio e umidade Quando meus olhos foram apunhalados Pelo brilho de uma luz de néon Que rachou a noite E tocou o som do silêncio E na luz nua eu vi Dez mil pessoas, talvez mais Pessoas conversando sem falar Pessoas ouvindo sem escutar Pessoas escrevendo canções Que vozes jamais compartilharam E ninguém ousava Perturbar o som do silêncio "Tolos" eu disse, vocês não sabem Silêncio é como um câncer que cresce Ouçam as palavras que eu possa lhes ensinar Tomem os braços que eu possa lhes estender" Mas minhas palavras caíam como gotas silenciosas de chuva E ecoavam no poço do silêncio E as pessoas curvavam-se e rezavam Ao D

Multiverso (Ciência)

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(Complementando o post anterior...) Teoria do multiverso é um termo usado para descrever um hipotético grupo de todos os universos possíveis; geralmente usado na ficção científica, embora também como consequência de algumas teorias científicas, para descrever um grupo de universos que estão relacionados (universos paralelos). A ideia de que o universo que se pode observar é só uma parte da realidade física deu luz a definição do conceito "multiverso". O conceito de Multiverso tem suas raízes na moderna Cosmologia e na Teoria Quântica e engloba várias ideias da Teoria da Relatividade de modo que pode ser possível a existência de inúmeros Universos onde todas as probabilidades quânticas de eventos ocorrem. Simplesmente há espaço suficiente para acoplar outros universos numa estrutura dimensional maior: o chamado Multiverso. Os Universos seriam, em uma analogia, semelhantes a bolhas de sabão flutuando num espaço maior. Alguns seriam até interconectados entre si po

Energia Negativa, Buraco de Minhoca e Multiverso

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com informações da New Scientist Matéria com energia negativa Todos a bordo do Expresso Buraco de Minhoca, rumo à primeira viagem realmente espacial da espécie humana. Calma, não precisa correr, porque as passagens ainda não estão à venda. A novidade é que parece que não é tão difícil quanto se imaginava construir esses túneis que unem localidades diferentes do espaçotempo - ou abrir portas para outros universos. Estima-se que quem entrar em um buraco de minhoca poderá reaparecer instantaneamente perto de Plutão, ou na galáxia de Andrômeda, ou em qualquer outro lugar do Universo, ou mesmo em outro universo - sem a chatice da viagem. Por enquanto, os buracos de minhoca estão apenas nos livros de teoria: ninguém nunca detectou um e nem tampouco existe um projeto para construir um deles. E não é por acaso: a mesma teoria que garante que eles são possíveis afirma que eles são intrinsecamente instáveis, e costumam se fechar antes que você embarque em sua nave es