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Mostrando postagens de abril, 2009

A Educação Coletiva Não Funciona

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A nossa política educacional baseia-se em duas enormes falácias. A primeira é a que considera o intelecto como uma caixa habitada por idéias autonomas, cujos números podem aumentar-se pelo simples processo de abrir a tampa da caixa e introduzir-lhes novas idéias. A segunda falácia, é que, todas as mentes são semelhantes e podem lucrar como o mesmo sistema de ensino. Todos os sistemas oficiais de educação são sistemas para bombear os mesmos conhecimentos pelos mesmos métodos, para dentro de mentes radicalmente diferentes. Sendo as mentes organismos vivos e não caixotes do lixo, irremediavelmente dissimilares e não uniformes, os sistemas oficiais de educação não são como seria de esperar, particularmente afortunados. Que as esperanças dos educadores ardorosos da época democrática cheguem alguma vez a ser cumpridas parece extremamente duvidoso. Os grandes homens não podem fazer-se por encomenda por qualquer método de ensino por mais perfeito que seja. O máximo que podemos esperar fazer é

Dalai Lama

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Metade

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Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio... Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade... Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor... Apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão... Que o medo da solidão se afaste. Que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso qu

Sensacionalismo

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Mal raia o dia, os carros de reportagem da televisão já começam a parar em frente à casa da pobre mulher. Ela vê pela cortina uma grande agitação lá fora e muitos aparelhos sendo descarregados da perua por jovens. Alguém, atrás, puxa fios e carrega um suporte com muitas lâmpadas. É um alvoroço. A mulher simples da periferia da cidade não entende nada. Tinha vindo para São Paulo há alguns anos, tentar vida melhor, pois fora abandonada pelo marido com filhos ainda pequenos. Sua casa é muito modesta. Um cômodo mais a cozinha. Ali ela vive com seus três filhos, mas, nesta noite, eles não tinham vindo dormir em casa. O pessoal lá fora continua agitado, fazendo um estardalhaço. Cabos, câmeras, microfones. A mulher, à janela, começa a ficar apreensiva. Para mais um carro. Tem na porta um símbolo que ela está acostumada a ver na TV. Ler, não sabe. O pessoal deste carro, que chega sem nenhuma discrição, se junta aos primeiros. Vêm também equipados com toda a parafernália de televisão. Caminham

O Retirante e a Rainha

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Encosto ou não encosto? Só o joelho. O que pode acontecer? Ela dizer "Mr. Lula, please!" Aí eu recolho o joelho, peço desculpas, "aimsórri, aimsórri" e pronto. Se eu soubesse falar inglês, explicaria. Sabe o que é, Elizabeth? Eu estava aqui pensando - quando é que, lá em Pernambuco, eu ia imaginar que um dia estaria sentado ao lado da rainha da Inglaterra? Não sei quem é que me botou aqui para tirar esta fotografia dos G-20. Não acho que tenha sido um pedido seu - "Quero o bonitinho de barba à minha esquerda". Claro que não. Mas o fato é que estou aqui e o Barack está aí atrás em algum lugar, de pé e se perguntado o que eu tenho que ele não tem. O Sarkozy não deve nem estar aparecendo. Ficou atrás da Merkel e não vai sair na foto. E eu aqui ao seu lado, na primeira fila. Isto significa muito, viu Elizabeth? Lá na minha terra vai ter gente se mordendo de raiva. Onde já se viu, aquele retirante nordestino que nem fala direito sentado à esquerda da rainha da

As Formigas e a Pena

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Uma formiga, que caminhava perdida sobre uma folha de papel, viu uma pena que desenhava traços negros e finos. - Que maravilha! – exclamou. – Que coisa mais notável! Tem vida própria e faz garatujas nesta bela superfície a ponto de poder equiparar-se aos esforços conjuntos de todas as formigas do mundo. E que rabiscos faz! Parecem formigas, milhões de formigas trabalhando juntas! - Contou seus pensamentos a outra formiga, que ficou igualmente interessada e elogiou os poderes de observação e de reflexão da primeira. Mas outra formiga disse: - Valendo-me de seus esforços, devo admiti-lo, tenho observado esse estranho objeto. Mas cheguei à conclusão de que não é ele que impulsiona seu trabalho. Você cometeu o erro de não observar que a pena está ligada a outros objetos que a rodeiam e a conduzem. Esses devem ser considerados como a origem de seu movimento, acredite. Desse modo as formigas descobriram os dedos. Passado algum tempo, outra formiga caminhou sobre os dedos e percebeu que fazi