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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Visões da Aldeia Global pt3: Gibson – Comunicação Global Sim, Mas Com Ruído

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Alienação é uma das palavras-chave para se compreender o universo supertecnológico criado por William Gibson em suas histórias. Desde contos como Johnny Mnemonic (1981), em que o personagem-título é na verdade um misto de yuppie com ciborgue, mais preocupado em apresentar um bom desempenho nos negócios (no seu caso, transferência de dados através de um disco rígido implantado em seu cérebro) do que com as conseqüências morais ou mesmo puramente físicas de seus atos, até a recente “Bridge Trilogy” (composta pelos romances Virtual Light, Idoru e All Tomorrow’s Parties), Gibson descreve uma realidade que é a epítome do pós-moderno, dentro da qual se movimenta como ninguém: o universo cyberpunk. Embora fruto de um movimento, criado no começo da década 1980 com outros autores*, a visão de mundo cyberpunk foi melhor definida por Gibson em Neuromancer: o melhor e o pior dos mundos possíveis; o charme das tecnologias do mais alto nível convivendo numa nem sempre agradável simbiose com a sujeir

Visões da Aldeia Global pt2: McLuhan – Totalidade com Variedade

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Em nenhum momento ao longo de Understanding Media McLuhan nos dá uma definição precisa do que é a aldeia global. No prefácio, ele diz que: Hoje, depois de mais de um século de tecnologia elétrica, projetamos nosso próprio sistema nervoso central num abraço global (itálico nosso), abolindo tempo e espaço. Estamos nos aproximando rapidamente da fase final das extensões do homem: a simulação tecnológica da consciência, pela qual o processo criativo do conhecimento se estenderá coletiva e corporativamente a toda a sociedade humana. E, mais adiante: Eletricamente contraído, o globo já não é mais do que uma aldeia*. A velocidade elétrica, aglutinando todas as funções sociais e políticas numa súbita implosão, elevou a consciência humana de responsabilidade a um grau dos mais intensos. É este fator implosivo que altera a posição do negro, do adolescente e de outros grupos. Eles já não podem ser contidos, no sentido político de associação limitada. Eles agora estão envolvidos em nossas vidas, c

Visões da Aldeia Global pt1: Clarke – Comunicação Limpa e Sem Obstáculos

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Autor, entre outros livros, de Encontro com Rama e A Cidade e as Estrelas, Clarke é conhecido como criador de mundos fantásticos e utópicos. Contudo, o que pouca gente sabe é que este inglês radicado no Sri Lanka, além de escritor, é físico e matemático, e contribuiu ele próprio com a ciência ajudando a desenvolver o radar durante a Segunda Guerra Mundial e criando em 1945 o conceito do satélite de órbita geoestacionária, que revolucionaria as comunicações em escala global. Talvez por isso, antes de William Gibson, nenhum outro escritor tenha se interessado tanto pela idéia de comunicação instantânea universal. Em diversos de seus livros de ficção, como Terra Imperial e 3001 – a Odisséia Final, ele descreve sociedades em que todos os habitantes do globo estão interligados constantemente, e em obras de divulgação científica, como Um Dia na Vida do Século XXI, escrito em 1986, conceitos como e-learning (educação à distância) e teleconferências utilizando realidade virtual são descritos c

O Arquétipo "Sombra"

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A sombra apresenta-se, conforme C. G. Jung, como o mais poderoso de todos os arquétipos, já que é a fonte de tudo o que existe de melhor e de pior no ser humano. Como todo e qualquer elemento psíquico, a sombra possui aspectos positivos e negativos para o desenvolvimento da personalidade. Enquanto a anima ou animus, projeta-se no sexo oposto, determinando a qualidade das relações entre os sexos, a sombra influirá nas relações com pessoas do mesmo sexo. Se a persona é desenvolvida com o objetivo de facilitar a convivência do homem na sociedade onde vive, onde, então, se apresentarão aqueles conteúdos não compatíveis com esta adaptação? A sombra é o arquétipo receptáculo dos aspectos que foram suprimidos no desenvolvimento da persona, e mais que isto, ela contém conteúdos que nem chegaram a passar pelo crivo do consciente. Estes conteúdos podem, potencialmente, emergir a qualquer momento na consciência, se considerados do ponto de vista energético. Quanto mais unilateral se torna o consc

O Inconsciente Coletivo

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Uma das teorias pela qual Jung é mais reconhecido é a teoria do inconsciente coletivo. Essa teoria foi adotada somente por algumas escolas psicológicas. Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve sua existência a experiências pessoais; ele não é adquirido individualmente. Jung faz a distinção: o inconsciente pessoal é representado pelos sentimentos e idéias reprimidas, desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. O inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade. O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes, chamadas de arquétipos ou imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais. A pessoa não se lembra das imagens de forma consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma que seus ancestrais faziam. Sendo assim, a teoria estabelece que o ser humano nasce com muitas predisposições para pensar, entender e agir de

Oração aos Mortos

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Não me digam que a vida é sonho vão, em soluços céticos e pranto enorme, porque está morta a alma que dorme. E as coisas permanecem, mas não são. A vida é real e seu destino é sério, não é seu fim ao sepulcro se juntar; e do pó vieste e ao pó hás de retornar não é da alma o divino mistério. Nem é do homem a busca ou o destino, o repouso, a dor ou a alegria, mas sim a ação, para que a cada dia avance mais seu trabalho cristalino. A ciência é ampla, o tempo, estreito, e o coração mais varonil e forte bate o fúnebre compasso da morte qual velado tambor dentro do peito. No bivaque do mundo, alça teu escudo! No campo de batalha, arma tua lança! Sê herói da vida em meio a pujança e não do rebanho que se faz de mudo! Do porvir, os passos tortos. Vive e age sem trégua no presente, teu coração firme, Deus em tua mente! Que o passado sepulte seus mortos! de Ultimate Avengers (Os Supremos - Edição Definitiva)

Sem Cometários...

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A Luta pela Recordação

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Os meus pensamentos foram-se afastando de mim, mas, chegado a um caminho acolhedor, repilo os tumultuosos pesares e detenho-me, de olhos fechados, enervado num aroma de afastamento que eu próprio fui conservando, na minha pequena luta contra a vida. Só vivi ontem. Ele tem agora essa nudez à espera do que deseja, selo provisório que nos vai envelhecendo sem amor.Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando.De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes que, chegados como eu a este caminho, com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam. E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atónitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar...Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes. Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do

Moby Dick

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"Oh, clareiras gramíneas! Oh, infinitas paisagens da alma, eternamente primaveris; em vós – embora por longo tempo crestados pela secura mortal da vida terrena –, em vós os homens podem ainda revolver-se, como cavalos novos no trevo recente e matinal, e, por uns poucos momentos flutuantes, sentir imortal, neles, o fresco orvalho da vida. Quisesse Deus que durassem essas benditas calmas! Mas os fios da vida, misturados e a misturar-se, são tecidos com urdidura e trama: calmas atravessadas por tempestades, uma tempestade para cada calma. Não há nesta vida uma caminhada firme, isenta de retrocessos; não avançamos por gradações fixas, com uma pausa no fim: através do encanto inconsciente da infância, da fé descuidada da puerícia, da dúvida da adolescência (a sorte comum), depois do ceticismo, depois da descrença, para pausar, por fim, na virilidade, no meditativo repouso do “se”. Mas, tendo feito o caminho, recomeçamos o circuito: e somos crianças, meninos e homens, e “ses”, eternamen

As Sefirats

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A Qabalah (ou Cabala) é chamada de Árvore da Vida (ou diagrama da Êtz Háim) porque é representada por Dez Esferas interligadas, cada qual representando um Princípio-Regente. Essas esferas-princípios são chamadas de Sefirats. A Árvore da Vida é um diagrama que representa todas as forças e fatores atuantes no universo e na humanidade. Não existe nenhuma característica, influência ou energia que não seja suscetível de representação na Árvore. O começo, o fim e os caminhos intermediários, todos são representados. Pode-se assim ver o passado, o presente o o futuro nas Dez Sefirats e nos vinte e dois caminhos que as ligam. A palavra Sefirat tem dois significados: um é contar, o outro é limite ou fronteira. De acordo com a Cabala, existem 10 dimensões para a nossa realidade, que são as 10 Sefirats. As Sefirats funcionam como canais através dos quais a Luz do Mundo Infinito chega até nós, animando o nosso universo inteiro, incluindo nossas almas. Cada Sefirat, como um filtro, reduz sucessivame

O Valor de Pi

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Ao longo dos tempos, diferentes civilizações tentaram calcular a célebre razão circular, com maior ou menor precisão. Foram os avanços da teoria matemática e da tecnologia que permitiram o progresso no cálculo de pi. Apresenta-se a seguir uma cronologia de pi (adaptada da obra de David Blatner 'The Joy of pi', 1997), onde é curioso notar a diferença entre diversas civilizações e a aceleração, em relação ao número de dígitos, que se foi verificando, até chegarmos à possibilidade de associação de utilizadores da Internet à descoberta de dígitos. - 2000 a. C. Os babilónios utilizam pi=3 1/8; os egípcios usam pi=3,1605. - 1100 a. C. Os chineses empregam pi=3. - 550 a. C. O Antigo Testamento afirma que pi=3. - séc. III a. C. Arquimedes determina que pi=3 10/71 - séc. II d. C. Cláudio Ptolomeu utiliza pi=3,14166... - 263 Liu Hui emprega pi=3,14. - 450 Tsu Ch'ung-chih acha 355/113. - 1220 Leonardo de Pisa (Fibonacci) descobre pi=3,141818... - 1593 Adriaen Romanus calcula pi com 15