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Mostrando postagens de 2018

O povo

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“O povo perdeu a coragem de acreditar. Abriu mão da sua capacidade de pensar. As pessoas já não conseguem sequer formar suas próprias opiniões, apenas absorvem opiniões, sentadas com a boca escancarada em frente à televisão. Os pensamentos das pessoas são fabricados por gente como eu. (...) Isso parece inacreditável; desafia toda lógica e razão. Seus avós chamariam isso de fraude, roubo, assalto a mão armada, patifaria... e com razão, devo acrescentar (...) existe uma faca de dois gumes pela qual é possível vender qualquer coisa ao público, de uma garrafa de três dólares de água de torneira até uma guerra em larga escala: ESPERANÇA E MEDO. (...) Se as pessoas forem simplesmente enganadas, há sempre a chance de um dia acordarem e se rebelarem contra o crime. Mas nós a fazemos mudar de ideia. NÓS MUDAMOS A VERDADE. A maior parte das pessoas quer ser deixada em paz; elas concordam com tudo e aceitam qualquer coisa, desde que nós cuidemos de manter suas ilusões de liberdade

The conscious manipulation

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"A manipulação consciente e inteligente dos hábitos e opiniões organizados das massas é um elemento importante em uma sociedade democrática. Aqueles que manipulam esse mecanismo despercebido da sociedade, constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder que rege o país."

Os Outros

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– O tempo é fluido por aqui – disse o demônio. Ele soube que era um demônio no momento em que o viu. Assim como soube que ali era o inferno. Não havia nada mais que um ou o outro pudessem ser. A sala era comprida, e do outro lado o demônio o esperava ao lado de um braseiro fumegante. Uma grande variedade de objetos pendia das paredes cinzentas, cor de pedra, do tipo que não parecia sensato ou reconfortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo, e o chão, estranhamente diáfano. – Chegue mais perto – ordenou o demônio, e ele se aproximou. O demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas, que pareciam ser fruto de um açoite ocorrido num passado distante. Não tinha orelhas nem sexo. Os lábios eram finos e ascéticos, e os olhos eram condizentes com os de um demônio: haviam ido longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar, ele se sentia menos importante do que uma mosca. – O que acontece agora? – ele perguntou. – Agora

Um pesadelo que só faz sentido viver uma vez

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Darren Aronofsky continua a ser sinônimo de provocação, desconforto e ambição. “Mãe!”, convida a muita discussão e instala-se nas nossas mentes, permanecendo vivo no pós-filme. Darren Aronofsky é um caso fascinante. “A Vida não é um Sonho” (2000), aquele que ainda é para mim o ex-líbris do realizador, retrata uma “tradição” Aronofsky. É usual brindar-nos com filmes pesados, desconfortáveis e marcantes. Experiências intensas, aterrorizadoras, perturbadoras e paranóicas, rumo à perfeição, à cura ou à prisão de mais uma dose. É improvável querermos rever “A Vida não é um Sonho”, “Pi”, “O Último Capítulo” e “Cisne Negro”. Porque, mesmo tratando-se de filmes de qualidade, são pesadelos aos quais não desejamos regressar. E é essa a capacidade de Aronofsky: invadir o nosso subconsciente, numa espécie de terapia de choque. A alegoria de “Mãe!” tem origem numa premissa aparentemente simples. Um casal (interpretado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem) vê a sua relação testada e a s