Coisas chocantes que podemos aprender com Stephen Hawking
Para o físico de 70 anos, Deus não criou o universo e o teorema de Pitágoras não foi criado por Pitágoras
Se você não sabe quem é Stephen Hawking, meu caro, tenho a seguinte pergunta: em que mundo você vive? O cara, além de físico teórico e cosmólogo britânico, é um dos mais consagrados cientistas da geração atual. Além disso, ocupou o posto de professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge (que antes era de Isaac Newton). Até aí, todos podem observá-lo como mais um na multidão de pesquisadores, não fosse por um detalhe: Hawking sofre de uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), que o impede de fazer as atividades de que sempre gostou.
Mesmo bastante paralisado, o físico não deixou de atuar: resolveu dedicar-se à escrita. Seus principais campos de pesquisa são a cosmologia teórica e a gravidade quântica, através de obras como "Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros" e "O Universo numa Casca de Noz".
Agora, após completar 70 anos de idade e há quase cinco sem publicar um livro, Stephen Hawking rompeu o silêncio e lançou em 2010 o título "The Grand Design" ("O Grande Projeto", que chegou ao Brasil no ano passado), em parceria com o também físico Leonard Mlodinow. O livro propõe novas perspectivas sobre o universo, que pode não ser apenas um, e sim vários. Com isso, deu-se início a uma discussão entre os cientistas sobre alguns ensinamentos da obra. Veja alguns deles nos tópicos abaixo.
Observação: o livro "O Grande Projeto" está disponível nas principais lojas de varejo do Brasil.
1. O universo criou a si mesmo
Esta foi, sem dúvida, a maior polêmica levantada por Hawking em "O Grande Projeto": a ideia de que o universo pode ter sido perfeitamente criado por si próprio, sem a necessidade da figura de Deus para explicar seu surgimento. Os dois cientistas garantem que essa hipótese é fisicamente justificável, já que o universo possa ter surgido a partir de um estado onde nada existia, ou seja, do zero. Devido a leis como gravidade, conforme eles explicam, podemos supor que as galáxias são capazes de regular seus mecanismos de forma independente.
2. Quarks nunca estão sozinhos
Os quarks, bem como os léptons, são as partículas mais básicas do universo, pois constituem a matéria. O quark é o único, dentre essas partículas, que interage através de todas as quatro forças fundamentais (gravidade, electromagnetismo, força nuclear fraca e força forte), além de dois de seus seis tipos serem formadores de prótons e neutrons. Hawking e Mlodinow sugerem que a atração entre os quarks funciona da seguinte maneira: quanto maior a distância entre dois quarks, mais cresce a força que os mantém unidos. Logo, estão sempre juntos, e não existem quarks livres na natureza.
3. O teorema de Pitágoras não é de Pitágoras
Quem estudou matemática no colégio, sabe que essa foi uma das noções mais básicas do aprendizado criada por Pitágoras acerca dos lados de um triângulo, afirmando que a² + b² = c². Contudo, Hawking e Mlodinow sugerem que não foi Pitágoras o autor dessas fórmulas sobre catetos e hipotenusas. Segundo os físicos, os antigos babilônios já aplicavam estas noções matemáticas séculos antes de Pitágoras nascer, em 570 a. C.
4. Teoria do peixe no aquário redondo
Há alguns anos, as autoridades de Monza (Itália) proibiram toda a população de criar peixes em aquários, pois era qualificado como prejudicial aos animais, que teriam uma visão distorcida da realidade devido à curvatura do vidro. Sobre isso, os físicos lançaram a seguinte questão: como é que podemos saber qual é a verdadeira visão da realidade? Como podemos garantir que não estamos nós mesmos vendo o mundo através de algo como um aquário curvo, que distorce permanentemente o que consideramos "real"?
5. Relatividade geral
Hawking e Mlodinow fizeram uma releitura de alguns pontos da velha teoria da relatividade, formulada por Albert Einstein. Ela explica como a matéria e a energia influenciam o meio e causam curvaturas no espaço-tempo (o que origina, por exemplo, a gravidade e os buracos negros). Entre outras características, a teoria afirma que o tempo flui mais lentamente quando nos aproximamos de um corpo de grande massa, como um planeta ou estrela. Na época em que a lei se espalhou pelo meio científico, ficou a ideia de que ela se aplica apenas a grandes eventos no universo, como os buracos negros, por exemplo. Porém, os físicos explicam que a lei é automaticamente levada para qualquer sistema de medição de tempo e espaço - tal como um GPS - e, sem a relatividade geral, as medições dariam resultados imprecisos por quilômetros de distância.
6. Teoria do todo
Uma teoria do todo, conforme sugere o nome, é qualquer uma que unifique todos os fenômenos físicos do universo sob um único padrão matemático. De acordo com Hawking e Mlodinow, a única teoria do todo válida para explicar nosso meio seria a Teoria M. A ideia diz que o universo seria composto de cordas que vibram em diferentes frequências e determinam as dimensões em que as galáxias se posicionam. Com essa teoria, haveria não três, mas onze dimensões existentes, o que dá origem a mais de um universo.
7. O passado é uma possibilidade
Se podemos apenas saber que uma partícula viajou de um ponto A a um ponto B, mas não observamos o caminho que ela fez para chegar ao seu destino, é possível concluir que ela, simultaneamente, fez todos os trajetos possíveis para construir a trajetória. Esse é um princípio da mecânica quântica, que explica: se qualquer evento no passado não foi observado e registrado, ele é tão indefinido quanto um evento futuro. Dessa forma, não se pode dizer que ele aconteceu de determinada maneira, e sim de todas as maneiras possíveis ao mesmo tempo. Loucura, não?
8. A força da luz
A cada segundo, uma lâmpada incandescente comum, de 1 watt, emite um quintilhão de fótons , a partícula elementar da luz. Pode-se dizer, de maneira primária, que os fótons são como pequenos pacotes dentro dos quais a luz é emitida. Os cientistas ainda investigam a fundo as propriedades de um fóton, que se comporta simultaneamente como partícula e como onda.
Se você não sabe quem é Stephen Hawking, meu caro, tenho a seguinte pergunta: em que mundo você vive? O cara, além de físico teórico e cosmólogo britânico, é um dos mais consagrados cientistas da geração atual. Além disso, ocupou o posto de professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge (que antes era de Isaac Newton). Até aí, todos podem observá-lo como mais um na multidão de pesquisadores, não fosse por um detalhe: Hawking sofre de uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), que o impede de fazer as atividades de que sempre gostou.
Mesmo bastante paralisado, o físico não deixou de atuar: resolveu dedicar-se à escrita. Seus principais campos de pesquisa são a cosmologia teórica e a gravidade quântica, através de obras como "Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros" e "O Universo numa Casca de Noz".
Agora, após completar 70 anos de idade e há quase cinco sem publicar um livro, Stephen Hawking rompeu o silêncio e lançou em 2010 o título "The Grand Design" ("O Grande Projeto", que chegou ao Brasil no ano passado), em parceria com o também físico Leonard Mlodinow. O livro propõe novas perspectivas sobre o universo, que pode não ser apenas um, e sim vários. Com isso, deu-se início a uma discussão entre os cientistas sobre alguns ensinamentos da obra. Veja alguns deles nos tópicos abaixo.
Observação: o livro "O Grande Projeto" está disponível nas principais lojas de varejo do Brasil.
1. O universo criou a si mesmo
Esta foi, sem dúvida, a maior polêmica levantada por Hawking em "O Grande Projeto": a ideia de que o universo pode ter sido perfeitamente criado por si próprio, sem a necessidade da figura de Deus para explicar seu surgimento. Os dois cientistas garantem que essa hipótese é fisicamente justificável, já que o universo possa ter surgido a partir de um estado onde nada existia, ou seja, do zero. Devido a leis como gravidade, conforme eles explicam, podemos supor que as galáxias são capazes de regular seus mecanismos de forma independente.
2. Quarks nunca estão sozinhos
Os quarks, bem como os léptons, são as partículas mais básicas do universo, pois constituem a matéria. O quark é o único, dentre essas partículas, que interage através de todas as quatro forças fundamentais (gravidade, electromagnetismo, força nuclear fraca e força forte), além de dois de seus seis tipos serem formadores de prótons e neutrons. Hawking e Mlodinow sugerem que a atração entre os quarks funciona da seguinte maneira: quanto maior a distância entre dois quarks, mais cresce a força que os mantém unidos. Logo, estão sempre juntos, e não existem quarks livres na natureza.
3. O teorema de Pitágoras não é de Pitágoras
Quem estudou matemática no colégio, sabe que essa foi uma das noções mais básicas do aprendizado criada por Pitágoras acerca dos lados de um triângulo, afirmando que a² + b² = c². Contudo, Hawking e Mlodinow sugerem que não foi Pitágoras o autor dessas fórmulas sobre catetos e hipotenusas. Segundo os físicos, os antigos babilônios já aplicavam estas noções matemáticas séculos antes de Pitágoras nascer, em 570 a. C.
4. Teoria do peixe no aquário redondo
Há alguns anos, as autoridades de Monza (Itália) proibiram toda a população de criar peixes em aquários, pois era qualificado como prejudicial aos animais, que teriam uma visão distorcida da realidade devido à curvatura do vidro. Sobre isso, os físicos lançaram a seguinte questão: como é que podemos saber qual é a verdadeira visão da realidade? Como podemos garantir que não estamos nós mesmos vendo o mundo através de algo como um aquário curvo, que distorce permanentemente o que consideramos "real"?
5. Relatividade geral
Hawking e Mlodinow fizeram uma releitura de alguns pontos da velha teoria da relatividade, formulada por Albert Einstein. Ela explica como a matéria e a energia influenciam o meio e causam curvaturas no espaço-tempo (o que origina, por exemplo, a gravidade e os buracos negros). Entre outras características, a teoria afirma que o tempo flui mais lentamente quando nos aproximamos de um corpo de grande massa, como um planeta ou estrela. Na época em que a lei se espalhou pelo meio científico, ficou a ideia de que ela se aplica apenas a grandes eventos no universo, como os buracos negros, por exemplo. Porém, os físicos explicam que a lei é automaticamente levada para qualquer sistema de medição de tempo e espaço - tal como um GPS - e, sem a relatividade geral, as medições dariam resultados imprecisos por quilômetros de distância.
6. Teoria do todo
Uma teoria do todo, conforme sugere o nome, é qualquer uma que unifique todos os fenômenos físicos do universo sob um único padrão matemático. De acordo com Hawking e Mlodinow, a única teoria do todo válida para explicar nosso meio seria a Teoria M. A ideia diz que o universo seria composto de cordas que vibram em diferentes frequências e determinam as dimensões em que as galáxias se posicionam. Com essa teoria, haveria não três, mas onze dimensões existentes, o que dá origem a mais de um universo.
7. O passado é uma possibilidade
Se podemos apenas saber que uma partícula viajou de um ponto A a um ponto B, mas não observamos o caminho que ela fez para chegar ao seu destino, é possível concluir que ela, simultaneamente, fez todos os trajetos possíveis para construir a trajetória. Esse é um princípio da mecânica quântica, que explica: se qualquer evento no passado não foi observado e registrado, ele é tão indefinido quanto um evento futuro. Dessa forma, não se pode dizer que ele aconteceu de determinada maneira, e sim de todas as maneiras possíveis ao mesmo tempo. Loucura, não?
8. A força da luz
A cada segundo, uma lâmpada incandescente comum, de 1 watt, emite um quintilhão de fótons , a partícula elementar da luz. Pode-se dizer, de maneira primária, que os fótons são como pequenos pacotes dentro dos quais a luz é emitida. Os cientistas ainda investigam a fundo as propriedades de um fóton, que se comporta simultaneamente como partícula e como onda.
via olhardigital.com.br
Comentários