Magnetismo Animal

As experiências modernas com hipnose e estados de transe começam com Friedrich Anton Mesmer (1734-1815). Nascido em Izang, Swabia, Alemanha, em 23 de maio de 1734. Estudou Teologia e Filosofia antes de ingressar, em 1759, no curso de Direito para, no ano seguinte, iniciar seus estudos em Medicina. Estudou também Música e abraçou o estudo das ciências proibidas – a Astrologia e a Alquimia, o que contribuiu para a elaboração de sua tese. Entrou na Universidade de Viena, onde – influenciado pelas idéias de Paracelso. Mesmer doutorou-se com uma tese intitulada: Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, na qual se propunha demonstrar a influência dos astros e dos planetas, ao mesmo tempo como causas de doenças e como forças curativas.
Mesmer estava preocupado unicamente com o conteúdo de sua descoberta, e não com a forma de aplicá-la. Ele considerava transitório, e até mesmo irrelevante, o uso de instrumentos em sua terapia. Em nenhuma parte de sua obra ele estabeleceu um método de cura que pudesse ser ensinado ou seguido pelos médicos.
De acordo com Mesmer, um médico, conhecedor da fisiologia, da patologia e das teorias do magnetismo animal poderia encontrar em sua prática os meios mais adequados à sua natureza e a de seus pacientes:
“Esperam-se sem dúvida explicações sobre a maneira de se aplicar o magnetismo animal, e de torná-lo um meio curativo eficaz; mas como, independentemente da teoria, este novo método de curar exige indispensavelmente uma instrução prática e seguida, não creio ser possível dar aqui a descrição, nem desta prática, nem do aparelho e das máquinas de diferentes espécies, nem dos procedimentos de que me servi com sucesso, porque cada um, em conseqüência da sua instrução, se aplicará em estudá-los, e aprenderá por si mesmo a variá-los e a acomodá-los às circunstâncias e às diversas situações da doença.” (Mesmer, 1799)
O magnetizador deveria desenvolver seus métodos terapêuticos pelo livre exercício da experimentação, respeitando uma condição essencial da ciência.
Quando alguns discípulos de Mesmer quiseram publicar as anotações de seu curso, que continham a descrição de alguns instrumentos, foram expressamente desautorizados por ele. Porém, agindo, contra a vontade de seu mestre, levaram ao público seus 344 Alforismos anotados durante as aulas.
Em 1774 Mesmer começou a propagar a sua teoria do magnetismo animal que se resume no seguinte (segundo os 27 aforismos por ele publicados em Paris, em 1776): A doença resulta da freqüência irregular dos fluidos astrais e a cura depende da regulagem adequada dos mesmos, com a ajuda de uma pessoa que tenha a habilidade de controlar esses fluidos, que existiria em todas as pessoas, e transmiti-los aos outros, utilizando a imposição das mãos (ou passes) a fim de que as ondas emanem da ponta dos dedos ou guiando a energia com uma varinha de ferro, de forma direta ou indireta (por meio de objetos magnetizados pelo seu contato) ao qual ele chamou de “magnetismo animal”, devido as suas características de fluxo e refluxo, atração e repulsão, semelhante ao magnetismo mineral. Ao entrar em contato com esse “fluido” o indivíduo entraria em “crise” (convulsões) – sem a qual não seria produzida a cura.
Essas “crises” produziam, por vezes, a cura das doenças sem que fosse necessária a prescrição de remédios ao paciente (tais “crises” compreendiam na maioria dos casos convulsões caracterizadas por movimentos violentos e involuntários do corpo todo, constrição da garganta, palpitação e náuseas, os olhos envesgam e piscam constantemente, delírios, isto tudo é precedido ou seguido de um estado de languidez e fantasia, um tipo de abatimento ou sono – Na maioria das vezes o doente debatia-se, agitava-se violentamente, parecia, finalmente, desfalecer e entrar em calma, tendo os seus sintomas aliviados). Ele achava que, provocando as convulsões nos pacientes submetidos ao magnetismo, colocaria os fluidos do corpo em harmonia, banindo o mal [não nos esqueçamos que estamos falando de uma época em que era praxe médica prescrever-se sangrias em pacientes em estado grave de saúde com o auxílio de punhais – quase nunca esterelizados, ou de sanguessugas!]. Mesmer conseguiu curar um grande número de pessoas usando apenas o método que inventara, realizando várias cirurgias e anestesias sobre o sono mesmérico, desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo.
Fonte: http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/passes.htm

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