O Último Filho de Krypton

Por Dennis Rodrigo

Criado em 1938 por dois humildes e sonhadores rapazes, Superman, tido por muitos como o primeiro e maior dos super-heróis, atravessou décadas com maior ou menor sucesso entre o público, mas é fato que se trata de um personagem cuja “história” assumiu força sobre-humana.

O início do Superman foi, simultaneamente, simples e estrondoso. Estrondoso, pois a origem do herói se dá na explosão de seu planeta, momento em que, ainda bebê, é lançado pelo universo. De seu planeta restou apenas um sem número de fragmentos radiativos… Letais ao último filho de Krypton.

Simples porque essa explosão, criada por dois garotos aficionados por pulps de ficção científica, imaginautas de mundos além dos EUA. Jerry Siegel e Joe Shuster, roteirista e artista. Tais adolescentes conceberam um herói capaz de tocar a própria psique humana, um super-herói.

Em meados da década de 1930 o nome Superman foi utilizado por Jerry pela primeira vez num conto escrito em seu fanzine Science Fiction em uma história chamada O Reino do Superman (título referendado no arco de histórias que mostra o retorno do Superman após sua morte na década de 1990) e não tinha quase nada do personagem que conhecemos. Tratava-se de um homem que ganhou poderes mentais e fez péssimo uso deles. O ilustrador foi Joe.

Poucos anos depois o público conheceu o campeão de todos os aventureiros uniformizados. Contudo, Siegel e Shuster tentaram fazer muitos editores se interessarem por sua criação… Sem muita sorte. Concebido para figurar em tiras de jornal, Superman foi apresentado inicialmente aos sindicatos que representavam quadrinistas e vendiam seus trabalhos para jornais do mundo inteiro, quase sempre e forma da tiras.

Com a negativa, os rapazes procuraram editoras no Canadá, país onde Shuster tinha família – diz-se que ele passava férias em Toronto e que a inspiração do Daily Star, primeiro local onde o personagem “trabalhou”, foi o Toronto Star. Para os editores da época, Superman não tinha “apelo duradouro”. Até que finalmente o herói estreou na edição número um de Action Comics, em 1938.

Num país arrasado pela depressão econômica, eles vislumbraram o que se tornaria um ícone americano e… Mundial. A primeira HQ do Superman era muito simples, com conceitos que Siegel havia desenvolvido em aventuras anteriores: no espaço, num planeta chamado Krypton, no qual os habitantes haviam alcançado a supremacia física e mental. Uma raça de supermen e ainda assim condenada. Terremotos varreram o planeta e rios de lava consumiram suas cidades.

O céu apocalíptico apavarou os kryptonianos, pois o mundo que conquistaram se voltou contra eles, e não sabiam a razão. Apenas Jor-El, um brilhante cientista que tinha percebido o destino fatal do planeta. Logo estava tudo destroçado. Quadro a quadro, cada “poder” do Superman era explicado, pois seu pai atravessou a cidade com saltos que cobriam vários quarteirões para encontrar sua bela esposa Lara, e seu filho: o recém-nascido que chamava Kal-El, que em bom kryptonês significa Filho das Estrelas. Jor-El se valeu de um plano para salvar seu filho.

Antecipando ao destino final de Krypton, ele construiu um protótipo de uma frota de foguetes que seriam usados para salvar a população. Porém os kryptonianos tinham rejeitado o estratagema, pois não acreditavam nas previsões apocalípticas. No pequeno foguete, inteiramente funcional, Jor-El colocou seu filho com o consentimento de Lara, e assim Kal partiu rumo a um longínquo planeta, enquanto Krypton explodia.

Na Terra, o sobrevivente da pequena astronave é descoberto por um gentil casal que passava pelo local, Jonatham e Martha Kent, idosos e sem filhos, que levaram a criança a um orfanato, para depois adotar o bebê. Quando o casal voltou, os funcionários do orfanato ficaram mais do que felizes com a partida da criança.

Já possuindo os fabulosos poderes de um nativo de Krypton, o bebê tinha quase demolido o orfanato – e por mais tosco que tudo isso possa soar, o seriado Smallville recorreu a tais elementos recentemente. Batizado como Clark Kent, nome de solteira de sua Martha, o menino cresceu e tornou-se adulto antes de vestir o conhecido colante azul. O jovem Clark teve o cuidado de manter seus poderes em segredo.

Na primeira HQ do Superman, Jonathan Kent avisa: “…preste muita atenção no que vou dizer, Clark! Essa sua enorme força… Bem, você tem de escondê-la das pessoas ou elas vão ficar com medo de você!” . Mamãe Kent era menos catastrófica e dizia: “Quando chegar a hora você deve usar esse poder para ajudar a humanidade!” Tendo se estabelecido em Metrópolis, Clark arrumou emprego no jornal e assim conheceu o membro mais antigo do elenco de coadjuvantes, Lois Lane, única personagem além do Super que esteve presente desde o início. Ela entrou na vida Clark Kent já como uma ousada jornalista do Estrela Diária de Metrópolis (mais tarde rebatizado de Planeta Diário).

Posteriormente a fase Super-Boy foi acrescentada ao mito, revelando que não fora como adulto que Clark demonstrou ao mundo seus poderes, mas ainda jovem, em Pequenópolis, no Kansas. É nesse momento que revela a maior parte do que conhecemos sobre os Kent. Em Pequenópolis também conhecemos Lana Lang, uma ruiva muito animada e, por um tempo, namorada do Super-Boy.

Lana ocupou um papel em sua infância e adolescência muito parecido com o de Lois… Namoro levado à exaustão no já referido seriado Smallville. Um outro elemento importante que compõe a mitologia do personagem alcançou seu mais significativo momento em 1949, quando o Superman encontrou um fragmento reluzente de seu planeta pela primeira vez.

Colorida de vermelho na estreia nas revistas, a mais perigosa ameaça à existência do paladino voador. A letal kryptonita assumiu a tonalidade verde numa segunda aparição.

A introdução da kryptonita nas histórias aumentou a importância do principal inimigo do Super: Lex Luthor, então o mais louco de todos os cientistas. Luthor soube rapidamente da existência deste veneno letal para o Homem de Aço. Atualmente, Lex, imenso em inteligência, é um super-homem dos negócios que se viu tomado de inveja e ira devido à chegada de um forasteiro verdadeiramente super.

Um outro personagem significativo na mitologia do Superman é a prima do herói, Kara, conhecida como Supegirl, que aderiu ao mundo do personagem com uma origem muito similar a do então Último filho de Krypton, tendo sido igualmente lançada em um foguete…

Mas se com tudo isso o Superman passou a servir como um orgulhoso emblema para a nação estadunidense, ele foi paralela e constantemente constrangido pelos excessos dela, levando ao coerente questionamento de sua posição como maior dos super-heróis…

E apenas a incrível força de sua história no mundo, que perpassa a própria cultura pop do século XX, parece ser capaz de conservá-lo um clássico. Um super homem acima de tudo.

fonte: impulsohq.com

Nota: sempre achei o Superman meio "babaca" até ler Kingdom Come: O Reino do Amanhã... aí eu entendi... SHAZAM!!!

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