O Pensamento Mágico

Nietzsche já dizia: "Não há fatos, apenas interpretações". Eu concordo com ele...
Esta é uma história de forças arcanas. Segundo a interpretação do dicionário, Magia vem do Grego Mageia. É um substantivo feminino referente à Arte Mágica, ou à Religião dos Magos e, num sentido figurado, é a sensação ou sentimento que se compara aos efeitos da magia; fascinação; encanto. Assim temos que o estado de encantamento diante algum fato é mágico, perceber-se vivo e fascinado com a vida é estar vivendo a Magia; sentir-se fascinado e/ou encantado é experimentar a sensação de estar sob os efeitos da magia... Viver e perceber-se vivo é Mágico...

O que seria um Mago afinal? Alguém que entendeu isso de forma direta e, sem render graças a mais ninguém, é seu próprio mestre e discípulo, alguém livre... Mas por que ainda há tanto a que se prender nesse caminho? Durante séculos, por medo de serem flagrados em suas práticas, os Magos e bruxos criaram códigos e métodos de decifração de tais códigos para que apenas os "iniciados" tomassem conhecimento do que estava sendo ensinado. Talvez algumas chaves de interpretação foram perdidas e tudo o que se tem hoje em dia são inúmeros fragmentos de verdades escritas de difícil entendimento sem as tais chaves mas que são levadas adiante, principalmente por aqueles que ainda estão mentalmente na infância e desejando modificar a vida mediante a aplicação de fórmulas...
Por incrível que pareça, há uma resistência imensa quando o assunto é simplificar para poder assimilar. Quando a minha razão entrou nesse mundo de pretensos Magos, de repente foi como se eu estivesse tentando tirar uma carta de uma pirâmides de cartas de baralho e, com isso, provocasse a ira de tais criaturas aferradas aos seus conhecimentos capengas e caros conceitos complicadíssimos adquiridos às duras penas durante anos de restrições na base das meditações e práticas muitas vezes esdrúxulas e desprovidas de sentido pela falta de compreensão. Com surpresa, constatei que elas literalmente montam guarda ao redor dessa estrutura, impedindo o acesso ao "leigo" e curioso, chamando-o de "lêndea", "parasita" e outras gracinhas... Foi assim que eu, uma curiosa, durante alguns meses tive que me confrontar com centenas de deuses em seus panteões alinhados e imbuídos de seus emissários, anjos e demônios, mobilizando céus e infernos ao evocarem loas, ou forças ancestrais criadoras do mundo e seus poderes sobrenaturais de investir contra ou a favor dos demais seres humanos a partir de fórmulas matemáticas(?). Travei contato com monstros apocalípticos de nomes estóicos, pesadelos tornados realidade, enquanto buscava a luz em meio às trevas, choro e ranger de dentes daqueles que, pretendendo a ascensão da alma humana às altas hierarquias criadoras de mundos através de sacrifícios sangrentos para a evocação de demônios, escarneciam de mim...
Sonhos de picanha numa tarde pós-churrasco? Nada disso! Apenas meu parecer em relação às visões distorcidas e levadas adiante por quem não deseja desfazer-se da ilusão de ter acessado algum recôndito interdito aos demais mortais... mas que não passa de escritos na areia: a onda da razão vem e desmonta tudo. E estes são só os portões do conhecimento. É lógico que os cães montem guarda impedindo o acesso, afinal eles também não entraram e não se pode tomar o céu de assalto impunemente...


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